sábado, 19 de setembro de 2009

Paraíso do saber

Ah!Minha escola!Rica em belezas!Pobre é minha língua que não encontra adjetivos suficientes para descrevê-la.Só um poeta criador de rimas raras seria capaz de fazê-lo com perícia e fidelidade, pois a escola onde trabalho é a própria personificação da beleza.Quando estou no aconchego do meu lar, fico a cismar nas doces lembranças das horas que passei nesse Éden terrestre.Sim, Éden!Porque essa escola é um pedaço do céu que ganhei por antecipação.Que jamais eu cometa algum erro que possa me expulsar desse paraíso.Sentiria-me mais nua que Adão e Eva ao serem descobertos.Às 13h , os portões se abrem e é como se abrisse o portal do céu.Anjos vestidos de azul e branco não caminham, sobrevoam o pátio coberto de pétalas de rosas perfumadas.Tento em vão detê-los, mas estão com pressa.O néctar do saber os aguarda na entrada das portas identificadas com letras talhadas a ouro com os nomes de cada anjo em alto relevo, tendo em cada inicial uma reluzente pedra de diamante.É um regozijo para a alma contemplar esses anjos sentados nas poltronas macias como como deve ser os divãns do lar celeste.A despedida é triste!O sinal, ao bater para irmos embora é um estrondo vindo das profundezas do inferno nos chamando para a dura realidade lá fora.Ainda inebriada do prazer divino caminho para o portão de saída com passos lentos e indecisos, mas a voz apressada do guarda noturno me acorda do sonho e eu desapareço na escuridão das ruas, levando comigo as doces impressões do dia maravilhoso que passei e um pavor me assombra.Temo que não possa mais retornar.Antes morrer!

sábado, 12 de setembro de 2009

Romântico ou parnasiano

Se eu me comparar à poesia, verei que sou uma mistura de romantismo e parnasianismo.O amor para mim é irracional, não vejo praticidade no amor.O amor é ilógico, não tem como amar calculando, medindo os próprios sentimentos ou o sentimento do outro.E por essa razão caí muitas vezes da ponte movediça do amor.Por não medir a distância entre a felicidade e o precipício.
Há indivíduos que tem a alma parnasiana.Estão sempre atentos com uma fita métrica invisível dentro do coração.Agem tanto com a razão que parecem ter a capacidade de medir o amor e o ódio.Enfim têm uma balança para saber o peso de cada um com o cuidado de não misturá-los.
Desde que foi inventada a palavra amor em todos os idiomas, sabemos que ele,o amor, não anda sozinho e é tão contraditório que nem o mais sensível dos poetas conseguiu explicá-lo.O amor é inexato e sem medidas.
Com o passar do tempo e maturidade tornei-me um tanto parnasiana.Calculo o tempo do amor e o tempo da dor e caso a balança envergue mais para o lado da dor eu desisto.O fardo da dor é por demais pesado e a razão que o tempo me deu de presente sem que eu lhe pedisse trouxe-me a lucidez própria dos parnasianos cuja principal característica é saber a medida exata da felicidade, no entanto por diversas vezes, a tesoura inexata do amor corta minha racionalidade em mil pedaços e eu volto a ser a mocinha romântica que jamais foi embora de mim, apenas adormeceu embalada pela canção da vida real.